terça-feira, 27 de novembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
alejandro jodorowsky
" TRABALHANDO O CÉREBRO ESTÀ EM CONTÍNUA EXPANSÃO . AS EXPERIÊNCIAS FAZEM A ALMA EVOLUIR . O MUNDO É INFINITO . E CADA TRABALHO DE UM ARTISTA É UM PASSO NA DIREÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE MUNDO . SE EU TIVESSE QUE APONTAR UM LEMA PARA MINHA OBRA, SERIA " A ABERTURA DE CONSCIÊNCIA " . FAZENDO CINEMA, PERCEBI QUE O MUNDO ESTAVA DOENTE . ASSIM, PASSEI A PROCURAR UM CINEMA QUE PERMITISSE SANAR MALES . PARA ISSO, PASSE A BUSCAR TÉCNICAS TERAPÊUTICAS EM QUE A ARTE PROCURA CURAR NEUROSES . NÃO SE TRATA DE CRER, TRATA-SE DE FAZER "
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
Do homem um vidente que é surpreendido por algo intolerável no mundo, e confrontado com algo impensável no pensamento
Uma situação ótica e sonora não se prolonga em ação, tampouco é induzida por uma ação. Ela permite apreender, deve permitir apreender algo intolerável. Não uma brutalidade como agressão nervosa, uma violência aumentada que sempre pode ser extraída das relações sensório-motoras na imagem ação. Tampouco se trata de cenas de terror, embora haja, às vezes, cadáveres e sangue. Trata-se de algo poderoso demais, ou injusto demais, mas às vezes também belo demais, e que portanto excede nossas capacidades sensório-motoras. Uma beleza grande demais para nós, como uma dor demasiado forte. Pode ser uma situação-limite, a erupção de um vulcão, mas também o mais banal, uma mera fábrica, um terreno baldio. Em Tempo de Guerra, de Godard, a militante recita algumas fórmulas revolucionárias, clichês; mas ela é tão bonita, de uma beleza intolerável a seus carrascos, que estes precisam cobrir seu rosto com um lenço. E esse lenço, levantado pela respiração e pelo murmúrio ["irmãos, irmãos, irmãos..."], se torna a nós mesmos intorlerável, a nós, espectadores. De qualquer modo algo se tornou forte demais na imagem. O romantismo já se propunha tal objetivo: apreender o intolerável ou o insuportável, o império da miséria, e com isso tornar-se visionário, fazer da visão pura um meio de conhecimento e de ação.
ROSSELlINI - uma aproximação
'Cada circuito apaga e cria um objeto. Como diz Bergson, "bem se vê que o progresso da atenção tem por efeito criar de novo, não somente o objeto apercebido, mas os sistemas cada vez mais vastos aos quais ele pode se ligar; de modo que, à medida que os círculos B, C, D representam uma expansão maior da memória,a reflexão deles atinge em B', C', D' camadas mais profundas da realidade". Assim, em Rossellini, a ilha de Stromboli passa por descrições cada vez mais profundas, o porto, a pesca, a tempestade, a erupção, ao mesmo tempo que a estrangeira sobe cada vez mais alto na ilha, até que a descrição se perde em profundidade, e o espírito se quebra, sob uma tensão forte demais. Das encostas do vulcão enfurecido, a aldeia é vista bem embaixo, brilhando sobre o mar negro, enquanto o espírito humano murmura: "estou acabada, tenho medo, que mistério, que beleza, meu Deus...".'
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sexta-feira, 16 de novembro de 2007
"Matou a Família e Foi ao CInema" - um Júlio Bressane.
Adorarei falar a respeito de Au Hazard, Balthazar. Aconteceu numa noite fria e chuvosa de um sexta com Cinemateca lotada. Eu mesmo sentei na segunda ou terceira fileira.
Mas o que acabo de assistir, há pouco, cinco minutos é a exuberância de Matou a Família e Foi ao Cinema. Fico impressionado com Bressane, em como ele consegue experimentar, em como é solto, em como transcorre. E em como é nacional, sem precisar evocar regionalismo ou emblemas da nação. Mas possui a atmosfera da nossa terra. As cenas de Márcia e Renata, dançando no jardim, fingindo tocarem instrumentos, dançando levemente ao lado da piscina é um bom exemplo de quando o cinema sem dizer nada consegue atingir pequenos momentos de luz, não uma força arrebatora, mas um lampejo diurno de beleza. É um filme fantástico porque consegue ser leve, mas quando o colocamos sobre nós, ele pesa. O peso das flores que enfeitam o corpo das personagens no último ato.
Mas o que acabo de assistir, há pouco, cinco minutos é a exuberância de Matou a Família e Foi ao Cinema. Fico impressionado com Bressane, em como ele consegue experimentar, em como é solto, em como transcorre. E em como é nacional, sem precisar evocar regionalismo ou emblemas da nação. Mas possui a atmosfera da nossa terra. As cenas de Márcia e Renata, dançando no jardim, fingindo tocarem instrumentos, dançando levemente ao lado da piscina é um bom exemplo de quando o cinema sem dizer nada consegue atingir pequenos momentos de luz, não uma força arrebatora, mas um lampejo diurno de beleza. É um filme fantástico porque consegue ser leve, mas quando o colocamos sobre nós, ele pesa. O peso das flores que enfeitam o corpo das personagens no último ato.
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