sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Matou a Família e Foi ao CInema" - um Júlio Bressane.

Adorarei falar a respeito de Au Hazard, Balthazar. Aconteceu numa noite fria e chuvosa de um sexta com Cinemateca lotada. Eu mesmo sentei na segunda ou terceira fileira.

Mas o que acabo de assistir, há pouco, cinco minutos é a exuberância de Matou a Família e Foi ao Cinema. Fico impressionado com Bressane, em como ele consegue experimentar, em como é solto, em como transcorre. E em como é nacional, sem precisar evocar regionalismo ou emblemas da nação. Mas possui a atmosfera da nossa terra. As cenas de Márcia e Renata, dançando no jardim, fingindo tocarem instrumentos, dançando levemente ao lado da piscina é um bom exemplo de quando o cinema sem dizer nada consegue atingir pequenos momentos de luz, não uma força arrebatora, mas um lampejo diurno de beleza. É um filme fantástico porque consegue ser leve, mas quando o colocamos sobre nós, ele pesa. O peso das flores que enfeitam o corpo das personagens no último ato.

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