sábado, 29 de setembro de 2007
Ímpeto e Diferença
Corpos de violencelos, planos de corpos de violoncelos alternam-se, graves arcos tocam as cordas do instrumento musical. E planos de ondas dos mar, num vai e vém contínuo, a refazer sempre o movimento.
Imagens, sucintas, e eternas de seriedade,e constância, as mesmas dos corpos em ímpetos que refazem-se, trágica e passionalmente. E quando a mão de José acaricia a imagem de uma televisão fora do ar, sabe-se deste "Eros doente".
Em NOUVELLE VAGUE, não é a ópera, nem a televisão. È a natureza, é em meio a natureza à beira de uma auto estrada que entra-se num universo da repetição, dos erros das relações humanas, na morte imposta a quem se ama por descuidos e descasos. O mar se agita, a tempestade cai, corpos dos amantes salvos por força da montagem do cinema que assim decide, decide pela superação, numa reflexão nada sombria, nem propriamente cristã, do que nos fazemos.
A gentileza vence na reflexão de um enredo em que o diferente é o mesmo, sobrevive À despeitos das repetições dos erros de sempre.
Porque é uma nova, uma boa.uma onda vaga. une nouvelle vague.
Un éternel retour.
Nouvelle Vague
Em um primeiro tempo - O
Antigo Testamento
um ser humano
(um homem)
é salvo da queda
por outro ser humano
(uma mulher)
(a mesma)
é salva da queda
por outro homem
(um outro homem)
Mas a mulher descobre que o
outro homem é também o
primeiro, que o segundo é
(agora e sempre) também o
primeiro
e portanto uma revelação.
E se o homem disse o mistério,
a mulher revelou o segredo.
Há um mundo se fazendo em bom e alto som, se afogando em tais visões. Há também um outro mundo, o mundo que resiste nas imagens, no silêncio do quadro criador. Quando morre alguém que se ama e admira, às vezes se tem necessidade de lhe traçar o perfil. Não para glorificá-lo, menos ainda para defendê-lo; não para a memória, mas para extrair dele essa semelhança última que só pode vir de sua morte, e que nos faz dizer "é ele". As linhas ou os traços vêm forçosamente de mim, mas eles só são bem sucedidos se é ele quem vem ocupar o desenho: o cinema.
jeans e tênis plásticos,OP ART
hoje à noite colocarás uma mão com a outra. daqui a pouco, de manhã cedo, suas mãos trabalharão nos remos.
ontem À tarde não ouvi tua voz. pudera, escrevia. e à noitinha durmias quando todas as confusões do mundo, ontem, passeavam de trem. à tarde
colocarias suas mãos nos bolsos. não se masturbarás sem a camisa. e o cheiro de café lhe despertará o olfato. quando o sol vier aos seus olhos anoitecidos. quando a música continuar,quando lavarás teu rosto.
ontem à tarde não viestes às informáticas. havia uma linha que guardavas nas mãos.para resolver uma dor de cabeça,olha
aqui, onde estáis (e um sabonete Johnson & Johnson tenho na mesinha do banheiro. não se esqueça das meias novas quando passares na roleta da condução e guardar tuas preocupações, tuas mortes dentro de um caderno de seda com cheiro de jasmim.e o amarelo na vista
mais bonito do que nunca, ajeitarás os cabelos.com as mãos. aqui, onde estáis
NOUVELLE VAGUE
“Alguém reconheceu outro alguém e cada um aceitou as dificuldades – e isto está longe de ser bem realizado, eu concordo – de reconhecer o outro atravé
no reconhecimento do outro, das suas necessidades EIS SIM uma paixão e com fronteiras naturais, graças a Deus, e os limites possíveis. sim porque um corpo se quer tanto! que a eternidade o propõe
em diversos desenhos, retas curvas e sonos. e escolhemos nossas funções limítrofes, nossos trabalhos expansivos PARA A ETERNIDADE de um toque de dedo quando sabemos
que amamosEA VOZ SE FAZ
desequilibrando
linhas.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
A Criação de Adão
Alguém cai do barco e quase se afoga. Poderia ser um homem. Mas depois pode ser uma mulher.
“Alguém reconheceu outro alguém e cada um aceitou as dificuldades – e isto está longe de ser bem realizado, eu concordo – de reconhecer o outro através de suas próprias necessidades.”
(GODARD, Jean-Luc. Cahiers du Cinéma, nº 433, 1990)
Se as opressões são tão terríveis é porque impedem os movimentos, e não porque ofendem o eterno.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
quadro terno de um computador
É ... tocam-se, as mãos...suspensas
AS MÃOS TOCAM_SEcomo uma história que começa NOUVELLE VAGUE, o filme.de jean luc godardum atropelamento numa auto-estrada.
AS MÃOS NÃO TOCAM_SE< AINDA
masainda sóSUSPENSA NOSSA ATENÇÂO a atenção
no plano a dar ESPAÇOespaço, lugarLUGAR
àa
a chamar a atenção de pensamento como a
IDÉIA deste plano do filme de Jean-Luc G
A SUGERIR a mão do homem a se querer tocado, por DEUS, no TETO PINTADO
por MICHELANGELO
a.
a sugerir SUSPENSÃO
QUANDO A CRIAÇÂO se diz,simplesmente assim...vida
.no plano de duas mãos numa estrada francesa.quando de um atropelamento.
Quaternu Computatore
MERGULHOEntre Eu e o Outro há mais do que Une Saison; há várias delas. Há um monitor, um em cada lado do plano.
A memória não está em nós, somos nós que nos movemos numa memória-Ser, numa memória-mundo.a memória a tempos De Murnau a Bressane há um Tabu, de Edwin Stanton Porter a John Ford e Andrea Tonacci mais alguns tiros; de Portella a Marco a própria imagem, as trocas INCENDIADASno computador, incensadas.
Não fazer absolutamente diferença entre os filmes e a vida, os filmes nos ajudam a viver. A idéia de que podemos agir de outra maneira que a prevista tem um clima perigoso; então as pessoas não desejam saber que isso é possível.APERTEMOS
nossas próprias MÃOS
num caderno de
computador.