Você estará no olho do furacão com Júpiter em tensão a Urano até 14/10. Não oponha fé a invenções. Isso criará problemas inúteis para você.
'não crie problemas inúteis para você, então.
confrontar experimentalismo com ruptura? que misterioso...como se experimentalismo pudesse ainda muito ser praticado...adoraria uma idéia clássica de experimentalismo...até existe, em literatura... Jacques, le Fataliste de Dennis Diderot... quero ler...
experimental em Godard é a vida possível em experimentos de pensamentose linguagem( Godard pode não ser bem um otimista mas...nos seus últimos filmes, talvez desde Nouvelle Vague...não sei...ele tem um caminho chamado de espiritual...não religioso propriamente...mas veja...Nouvelle Vague não deixa de ser um filme sobre o perdão...'
'O pior é que ainda pode ser praticado e o meio acadêmico faz vistas grossas para o experimental, mais do que aos experimentalismos. Eu conversava sobre isso aquele dia quando eu falava sobre o cinema e a morte e ela sobre a vida, semana passada, no ônibus com a Sônia e o Vinícios. É que Vinícios me disse que me vê como um cineasta experimental a la Warhol do que a algo avant garde. Novamente eu e Sônia havíamos entrado em caminhos divergentes que no fim se encontravam. Eu disse a ele que a impressão que ele tem de mim não é errônea. Errônea é sim a idéia que se tem do experimental e não o protejo como se levantasse uma bandeira. É que há um terrível impressão de que tudo é perdoado. Eu disse a ele das minhas implicações com a videoarte, por exemplo, que para mim tem um faltar e se encerra na própria imagem ou na não-imagem - o que de certa forma pode ser e é em muitos casos a sua intenção; ótimo se for isso. E que eu busco um experimental que consiga trazer alguma 'narrativa', alguma mensagem, movimentos, fal
falas, mesmo que não necessariamente uma história ou personagens, mas como eu costumo dizer 'sujeitos'. E que tudo se tornou banal, a profusão das imagens e a feitura descontrolada, proporcionada pela democracia do fazer através do digital. Eu cheguei a dizer umas semanas atrás para o Rudolfo acho, não me lembro, que eu faria um filme avant garde como os da década de 20 ou 30 se isso fosse feito em película, talvez em Super8, mas que em digital eu não vejo certa funcionalidade e não digo somente num sentido estético, da granulação ou imperfeições. Então eu estava dizendo isso ao Vinícios, sobre o meu gosto pelo dito experimental, mas ao mesmo tempo um distaciamento tendo em vista a atitude leviana de pensar que tudo pode ser tudo ou pode ser nada nos pós modernismos da vida. E disse que é muito fácil fazer um filme experimental por isso e que o problema é sustentar posteriormente estas imagens, as escolhas, as intenções mesmo que estas sejam um certo dadaísmo de Antony Balch. Então Sônia que até então
só ouvia [ eu mesmo nem achava que ela estaria prestando atenção nessa conversa ] disse muito bem que acha o contrário do que eu disse. Para ela é muito mais díficil e não fácil como eu havia dito justamente por precisar ao menos teoricamente justificar o material. E essas intervenções naturais dela - respeitosas porque em nenhum momento adentrou suprimindo as outras vozes, o que poderia ter feito também, ela tem digamos o direito por ser quem é de fazer isso sem incomodar ou desrespeitar - que eu disse há pouco como 'caminhos divergentes que no fim se encontravam' são, foram boas porque não há um certo e um errado, há uma contradição, mas ao mesmo tempo há um elo que anula e reforça. De fato o experimental é mal visto, mas eu acredito que porque seja mal assistido ou duplamente mal visto, nos dois sentidos e um leva ao outro que leva a um, ciclicamente. É claro que não se pode ensinar a ver de um modo, sujeito a um imperialismo do olhar,
que se tem nos filmes ditos comerciais, norte americanos de maneira sutil, mas tem. Seria preciso explorar casos conscientes deste uso, desta linguagem e não tentar entender algo numa polifonia visual e vulgar que se tem feito. Vinícios no meio de tudo disse que reconhece a importância do experimental porque suas descobertas, rupturas e noas linguagens acabam com o tempo sendo adotadas por outros cinemas, mais formais, lineares e preocupados com certa recepção mais segura. E o que ele disse, vindo de alguém que não tem propriamente um gosto de criação no experimental o que torna ainda mais interessante, é o que se deveria ter em mente o diálogo de técnicas e de novas formas, novas possibilidades de discurso e de forma. Assim talvez as pessoas fossem mais conscientes no momento de segurar ou balançar uma câmera, de cortar aqui ou acolá ou de resolver filmar isso ou aquilo. Mas normalmente não se pensa. E quando se assiste a filmes assim, se acha que também não se deve pensar e falo num pensar
que não necessariamente está ligado a um pensar lógico, científico ou estruturado num intelectualismo pseudo ou não, mas sim num pensar de apreender, de receber e devolver.'
'Um filme sobre o perdão. E no fim das contas, a muitos espectadores o perdão da palavra que surge absolutamente através das vozes, falas, referências, citações tão caras ao seu cinema. Muitos que não deram a chance do filme ser ouvido, pois não se vê com os ouvidos. E nos casos em que há legendas se tem uma saturação e eles ficam com a barriga cheia e não digerem as mensagens como a natureza o faz, cada qual a seu tempo. Sim, um filme espiritual.'
'acho muito bom este ´pensar o material, escolher de forma a criar um experimento de um outro discurso possível...entendi bem isso! viva vocÊ! sim, porque pela primeira vez nas tuas digressões sobre as possibilidades do cinema eu encontro, e digo não só um fundamento, mas articulação que tem, sem dúvida, algo em ti a embasar , a clarear heim?...e forma bem mais clara... claro sinal de que estáis num bom caminho quanto a isso...porque se trata, enfim, disso, como articular e em que forma, um outro discurso...vejo na tua postagem um claro sinal desta possibilidade...de um outro discurso. fiquei contente. tomara que consiga postar! vamos lá!'
'ah consegui! tem outra postagem lá na minha página...não estava conseguindo...não estou me exprimindo bem, não ando muito inspirado a não ser em poesia, acho...
mas outra coisa que queria dizer é que estáis vendo só que nestas conversas com teus colegas você está conseguindo ( juro!) ser bem possível? poxa, vê como a comunicação ajuda? sei que não discordastes disso não...mas comunicação é muito importante, faz fluir, ter retorno até de si mesmo!'
'ah estou admirado com as possibilidades de MAS NÃO SE ESCREVE ISSo...algo assim...é que esou cansado...
MArco, vou postar aqui já que não consigo na tua página. estou há muito tempo tentando!
aquela postagem sua O QUE NÃO SE ESCREVE está muito boa. é tua? olha, dá um bom pequeno filme experimental lindão hehe
tenho idéias, propostas sobre
...meu pc está lentíssimo '
'É uma pena esta lentidão do seu pc, dificulta o virar das páginas e estamos a todo momento indo e retornando, escrevendo e remontando. Eu fico contente com seus comentários, por estar vendo de fora. Sobre essas conversas, elas não são tão grandiosas quanto parecem aqui, mas são importantas. Há uma outra maravilhosa que aconteceu a mais tempo ainda, no começo desse semestre, com um questionamento do Rudolfo. Logo trago ela para nós. O que sei é que no fundo sejam elas poucas, pequenas conversas coisas pertinentes podem sair, este valor pelos pontos de vistas, pelo trabalho do fazer, pelos encontros. Eu desejo que estas pessoas estejam comigo quando for realizar algo. 'O Que Não se Escreve' é algo meu sim, escrevi naquela tarde quando cheguei aqui. Não havia reparado bem nele, mas agora com seu comentário o torno a ler e realmente há algo interessante ali, daria algo bom.'
'eu com uma cÂmera gostaria muito de filmar uma conversa assim...e montar mais outros materiais...numa espécie de revista ilustrada...
Revista Ilustrada hein? com diversos materiais e tipos e fontes de letras... um curta, ou média, que criasse uma linha... hein MArco, Marco!que juntasse, montadamente, vários materiais... um caderno AH VAMOS DESENVOLVER ESTA FORMA!
o problema que está acontecendo com Caderno de COmputador é que não estamos coordenados, funcionamos bem on line! quando há nosso calor!
Revista Ilustrada precisaríamos de um ar vivo...pela conversa com colegas senti bem a importância que dáis ao seu gestual...'
'O que eu acho curioso no Caderno é que acontecerá mais agora a partir da conversa de hoje quando eu a colocar lá é o blog expor discussões a seu próprio respeito. Não é uma metalinguagem tola porque não se propõe a isso, quero dizer, nós não criamos com o intuito dele ser um discurso de si mesmo como informação, mas como um exercício das coisas, da comunicação. O interessante é ele refletir isso, mas indiretamente porque a conversa acontece aqui e não lá. Eu mesmo consigo falar melhor aqui do que lá porque a intervenção que você, por exemplo, faz lá ainda é distante de mim por falta de prática. E não há uma ordem específica, as mensagens se agrupam, se comentam, você entra dentro delas, conversa com elas. Essa noção me fascina e mesmo que esteja descoordenado o blog, ele possui essa idéia que eu gosto.'
'um AO VIVO
quis dizer.'
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